terça-feira, 25 de maio de 2010

Reflexão sobre o Dia Internacional da Criança Desaparecida

A qualidade dos cuidados é indiscutivelmente sustentada pela segurança com que é pautado o nosso desempenho em prol do bem-estar da criança / família.

Em 1988, várias Associações Europeias em LEIDEN, realçaram no ponto sete da Carta dos Direitos da Criança Hospitalizada, que “o Hospital, deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades físicas, afectivas, educativas, quer no aspecto do equipamento, quer no do pessoal e da segurança”.

O “Dia Internacional da Criança Desaparecida” remete-nos, assim, para a crescente necessidade de acautelarmos o risco que na vertente da segurança se encontra associada aos cuidados de enfermagem num Serviço de Puerpério.

A fragilidade, a beleza e o encanto dos Recém Nascidos torna-os particularmente vulneráveis em termos de segurança. As histórias que emergem do real sobre crianças desaparecidas fazem-nos reflectir sobre esta problemática. Estas, são algumas das razões porque não podemos dar por encerrada esta preocupação.

Para além das “barreiras” Institucionais de segurança implementadas, nomeadamente na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, é exigido um conjunto articulado de esforços que passam pela adopção de uma filosofia de cuidados no que se reporta à segurança Neonatal / Infantil, integrada nos programas de sensibilização para a saúde praticados nos nossos serviços e, partindo do princípio, que só teremos crianças seguras se tivermos famílias informadas.

Contudo, é importante relembrar que apesar de todas as medida de segurança infantil até hoje tão amplamente divulgadas, ainda existem crianças desaparecidas. Neste sentido, que a alegria de viver de uma criança nos motive a ajudar a trazê-la de volta, e que a responsabilidade da Sociedade não se esgote enquanto houver crianças por encontrar.

O Serviço de Puerpério I
Enf.ª Lurdes Farinha

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Família

A Família tem uma importância fundamental para o desenvolvimento da criança e vai determinar mais tarde as futuras interacções e relações sociais, com as quais todos nós temos que conviver ao longo da vida. O conceito de família tem vindo a sofrer profundas transformações sociais e culturais através das sucessivas gerações. A vida “atarefadamente “acelerada da sociedade de hoje, leva a que cada vez mais, as famílias se sintam mais sozinhas, menos apoiadas e disponíveis para assumirem o controle pelo seu bem-estar e pela vida dos filhos. As mudanças nos papéis de homens e mulheres, o aumento de divórcios e recasamentos, de mães adolescentes e solteiras e outras situações, levam a novas configurações familiares. Na sequência das quais surgem novos significados de família, com diferentes valores, expectativas e papéis. Mas, apesar de tantas transformações e novos significados, é inaceitável desvalorizarmos o seu papel, e hoje a família é ainda mais importante do que foi nas gerações passadas.

A Família é um assunto que, ao que parece, quase toda a gente tem opinião. É do senso comum ouvirmos opiniões sobre aquilo que é, e aquilo que não deve ser. Contudo parece que a única certeza que pode ser evocada, é aquela de que não há ninguém que não tenha tido família. Dito assim, A Família faz a diferença, na medida em que é a condição da nossa existência, determinando em grande parte aquilo em que nos tornamos e o que pensamos acerca de nós.

Tamanha responsabilidade não deixa de ser assustadora, mas fácil de entender se pensarmos que é neste desafio de criar uma família que se preparam futuros adultos mas também futuras famílias.

Para compreendermos a família devemos pensar nela como um sistema relacional alargado, em constante interacção, cujos membros estão ligados entre si por vínculos afectivos, onde o todo é mais que a soma das partes que o compõem. Neste sistema alargado os pais assumem um papel de excelência, cuja missão, sem que alguém lhes ensine realmente as regras, se reveste de imensa responsabilidade, de significado e de importância. O afecto sincero e o amor, embora sejam os determinantes fundamentais, por si só não chegam. Os filhos são o projecto dos pais e como tal têm que ser aceites na sua individualidade, acolhidos, valorizados, protegidos e educados. Se dá trabalho? Claro que dá, na medida em que exige um esforço activo e diário por parte dos pais nas acções do dia a dia.

Não existem famílias perfeitas, existem sim famílias que se esforçam neste acto diário por construir um porto seguro e apaixonado para os seus filhos. Por isso, façam o favor de ter uma família feliz.

Lília Brito (Psicóloga Clínica)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A comemoração do Dia Internacional do Enfermeiro na MAC

No sentido de celebrar o Dia Internacional do Enfermeiro foi realizado na Maternidade Dr. Alfredo da Costa um almoço-convívio com a entrega de uma gerbera amarela a todos os Enfermeiros presentes.




Para este dia, pediu-se aos Enfermeiros que traduzissem, em poucas palavras, o que representava para eles ser “Enfermeiro na Maternidade Dr. Alfredo da Costa”, resultando nas seguintes mensagens:

  • “Ser Enfermeiro na MAC é prestar serviços de excelência para uma melhor qualidade de vida no futuro de cada cidadão" - Enfª Directora Gabriela Croft de Moura


  • “Ser Enfermeiro é Crescer a cada dia como uma criança.” - Enfª Vanda Santos


  • “Ser Enfermeira na MAC é Sonhar e Realizar.” - Enfª Anabela Dias


  • "Ser Enfermeiro numa maternidade é… ser fada, alquimista, mágica, guardiã e druida do mais precioso bem da Humanidade: a Vida.” - Enfermeiros do Serviço de Cuidados Neonatais


  • "Ser Enfermeiro na Maternidade é cuidar do dia-a-dia das nossas crianças/família, partilhar as alegrias, as angústias e os medos de Pais que experimentaram o milagre da Vida…” - Enfª Olinda Ventura

  • “Ser Enfermeiro na Maternidade é … Viver entre o inestimável privilégio e peso da responsabilidade de ser mãe da Humanidade.” - Enfermeiros do Serviço de Cuidados Neonatais


  • "Ser Enfermeiro numa maternidade é oferecer-te a mão forte e segura, o primeiro “porto de abrigo” em que te apoias, no fantástico caminho que inicias.” - Enfª Olinda Ventura


  • “Ser Enfermeiro numa maternidade é:

    Ser a Luzinha que brilha no fim do túnel;
    A voz surda da claque que apoia no último obstáculo;
    A mão que tapa o abismo imaginário;
    O sol quente que seca a pele depois do mergulho.” - Enfª Olinda Moreira


  • “Ser Enfermeira na MAC é cumprir parte da minha missão de vida.” - Enfª Margarida Valente


  • “Ser Enfermeiro na Maternidade é ser cuidador atento, sensível e sempre presente.” - Enfermeiros do Serviço Puerpério I


  • “Ser Enfermeiro na MAC é saber acolher a vida.” - Enfermeiros do Serviço Materno-Fetal


  • "Ser Enfermeira na Maternidade é zelar, proteger e amar cada pequeno ser humano, cuja vida é um direito absoluto e soberano.” - Enfermeiros do Serviço de Cuidados Neonatais


  • "Ser Enfermeira na Maternidade … é ter a oportunidade única de promover e acompanhar a Mulher nesse processo poderoso e transformador que é ser Mãe e assistir o casal no amadurecimento daquela que será a sua melhor versão de Parentalidade… é também caminhar com a Mulher nas várias etapas que marcam a sua vida sexual e reprodutiva ajudando-a a ultrapassar cada crise e a integrá-la como parte da sua pessoa inteira, …é poder diariamente, em parceria, contribuir para melhores cuidados de saúde e cidadãos mais felizes dando resposta às suas necessidades reais com o meu compromisso, responsabilidade, compaixão e cada vez mais conhecimento!” - Enfª Ana Garcia


  • “Ser Enfermeiro na Maternidade é um misto de carinho, cuidado, ternura e inquietação de ter delicado ser na nossa mão” - Enfermeiros do Serviço de Cuidados Neonatais


  • “Ser Enfermeiro na Maternidade é … ter o privilégio de acompanhar a experiência parental nos primeiros dias de vida extra-uterina.” - Enfermeiros do Serviço Puerpério I


  • “Ser Enfermeiro é Sonhar e Realizar pela ciência a Arte do Cuidar.” - Enfª Marta Pereira

A Enfermeira Directora,
Gabriela Croft de Moura

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dia Internacional do Enfermeiro - Reflexão sobre o seu significado

Hoje, dia 12 de Maio é internacionalmente comemorado o Dia do Enfermeiro. Mais do que uma efeméride, este dia representa o enaltecimento da profissão e dos Enfermeiros, que diariamente prestam um verdadeiro contributo na melhoria dos cuidados de saúde, colocando nas suas actividades dedicação, empenho e coragem.
De facto o Dia do Enfermeiro homenageia Florence Nightingale, uma Enfermeira que incorporou na sua missão de vida estas três qualidades, sendo importante reflectir sobre o seu papel na enfermagem moderna.

Assim, mostra-se pertinente apresentar de forma lacónica a sua história e o seu contributo.
Florence Nightingale, ou como ficou historicamente conhecida, a “Dama da Lâmpada”, nasceu a 12 de Maio de 1820, em Florença e teve a coragem de lutar para se tornar Enfermeira, profissão que na altura não tinha a conotação que hoje lhe é atribuída.

O percurso da “Dama da Lâmpada” na alteração da Enfermagem tradicional é iniciado durante a guerra da Crimeia, onde desempenhou funções no hospital militar do exército inglês em Scutari, Turquia.
Aqui, Florence Nightingale deparou-se com condições de cuidados de saúde degradantes, não só a nível das condições sanitárias e de higiene, como na falta de formação, indisciplina e hostilidade das Enfermeiras. A sua determinação levou-a a melhorar significativamente os cuidados de Saúde, e a demonstrar a existência de uma relação directa entre as más condições e a crescente mortalidade dos feridos de guerra. O nome “Dama da Lâmpada” surge em associação ao recurso à lâmpada para prestar tratamentos aos feridos de guerra durante a noite.

Despois desta experiência e da constatação da necessidade de afirmar a importância da profissão, dotando os Enfermeiros de treino, formação, dedicação e disciplina, Florence Nightingale fundou a primeira escola de Enfermagem, no St. Thomas Hospital, em Londres, no ano de 1860, assente no modelo científico e tecnológico, que rapidamente se espalhou.
Graças ao seu empenho, determinação e à indubitável contribuição que prestou no melhoramento dos cuidados de Saúde, recebeu da Rainha Vitória, a Cruz Vermelha Real, tornando-se a primeira mulher a receber a Ordem de Mérito.

Um breve olhar sobre a história de Florence Nightingale é suficiente para constatar como a sua motivação e coragem alteraram para sempre a profissão e os profissionais de Enfermagem.
Hoje, por todo o mundo, contamos com Enfermeiros formados, empenhados e com vontade de fazer sempre mais e melhor.

A MAC não é excepção, pelo que para agradecer e acarinhar os seus enfermeiros, este dia foi marcado com um almoço de convívio, onde foram oferecidas flores amarelas, uma iniciativa que contou com o apoio da Mustela e da Gertal.

Conheça o Florence Nightingale Museum em http://www.florence-nightingale.co.uk/cms/

terça-feira, 4 de maio de 2010

MACmensagem do Presidente do Conselho de Administração

Alfredo da Costa, revoltado contra as péssimas condições de atendimento prestado às Mulheres na Maternidade de Santa Bárbara, onde trabalhava e era Director do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, lutou pela construção de uma nova Maternidade em Lisboa.

Embora tivesse falecido antes de iniciada a obra de construção da Maternidade com que sonhara, Alfredo da Costa foi o seu verdadeiro inspirador.

A Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC), cuja construção custou pouco mais de 3.600 contos, foi inaugurada em 31 de Maio de 1932 mas só em 5 de Dezembro do mesmo ano, com o 1º internamento, abriu verdadeiramente as suas portas para a sua nobre função assistencial.

No discurso inaugural, Augusto Monjardino, como definindo a sua 1ª missão, afirmou: “Esta casa é destinada aos que nascem, aos que querem viver e que sempre devemos receber alegre e festivamente”.

O importante papel desta Instituição para a Grande Lisboa e para o País tem sido inquestionável ao longo desta sua já longa existência de 78 anos, sempre vocacionada para a saúde da Mulher e sua Família.

Na marcha dos tempos, a Maternidade soube sempre adaptar-se às mudanças que foram ocorrendo na Sociedade, na Ciência, na Saúde e nas Tecnologias.

Nos últimos anos, a modernização física e tecnológica, juntamente com a inovação de processos, permitiram melhores condições de trabalho e melhores, mais humanizados e mais acessíveis cuidados prestados nas áreas da Saúde da Mulher e Perinatal. Com a colaboração e o notável esforço dos dedicados profissionais desta Casa que nunca me cansarei de reconhecer, obtiveram-se novos e importantes ganhos assistenciais e organizacionais que nos permitiram evoluir na qualidade global.

Com a actual missão “Garantir a saúde global da mulher, a segurança na gravidez e no parto e o competente acolhimento do recém-nascido para a vida”, esta casa representa o paradigma da melhor qualidade assistencial na área da mulher e da criança.

Com o foco nos legítimos interesses das doentes e das grávidas, reconhecendo o papel das novas tecnologias na saúde, temos já em geral utilização a prescrição clínica electrónica e estamos agora a implementar o Processo Clínico Electrónico na nossa Maternidade parametrizado para, integrado com os outros sistemas, se adaptar à cultura, organização e necessidades do nosso Hospital.

O novo Gabinete de Imagem e Comunicação, aceitou o desafio do CA para a construção de um Blog da MAC. Com este 1º post, ele aqui está, pretendendo-se que seja um instrumento de interactividade entre Instituições Hospitalares, de Ensino Médico e outras, de partilha de informação entre todos (de dentro e de fora) e de troca de conhecimento e experiência.

Convidando todos a colaborar no seu desenvolvimento, quero saudar leitores e escritores deste novo espaço de saudável convívio que se pretende seja mesmo de todos.

Bem hajam pela colaboração!

Jorge Branco
Presidente do CA da MAC