sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Família

A Família tem uma importância fundamental para o desenvolvimento da criança e vai determinar mais tarde as futuras interacções e relações sociais, com as quais todos nós temos que conviver ao longo da vida. O conceito de família tem vindo a sofrer profundas transformações sociais e culturais através das sucessivas gerações. A vida “atarefadamente “acelerada da sociedade de hoje, leva a que cada vez mais, as famílias se sintam mais sozinhas, menos apoiadas e disponíveis para assumirem o controle pelo seu bem-estar e pela vida dos filhos. As mudanças nos papéis de homens e mulheres, o aumento de divórcios e recasamentos, de mães adolescentes e solteiras e outras situações, levam a novas configurações familiares. Na sequência das quais surgem novos significados de família, com diferentes valores, expectativas e papéis. Mas, apesar de tantas transformações e novos significados, é inaceitável desvalorizarmos o seu papel, e hoje a família é ainda mais importante do que foi nas gerações passadas.

A Família é um assunto que, ao que parece, quase toda a gente tem opinião. É do senso comum ouvirmos opiniões sobre aquilo que é, e aquilo que não deve ser. Contudo parece que a única certeza que pode ser evocada, é aquela de que não há ninguém que não tenha tido família. Dito assim, A Família faz a diferença, na medida em que é a condição da nossa existência, determinando em grande parte aquilo em que nos tornamos e o que pensamos acerca de nós.

Tamanha responsabilidade não deixa de ser assustadora, mas fácil de entender se pensarmos que é neste desafio de criar uma família que se preparam futuros adultos mas também futuras famílias.

Para compreendermos a família devemos pensar nela como um sistema relacional alargado, em constante interacção, cujos membros estão ligados entre si por vínculos afectivos, onde o todo é mais que a soma das partes que o compõem. Neste sistema alargado os pais assumem um papel de excelência, cuja missão, sem que alguém lhes ensine realmente as regras, se reveste de imensa responsabilidade, de significado e de importância. O afecto sincero e o amor, embora sejam os determinantes fundamentais, por si só não chegam. Os filhos são o projecto dos pais e como tal têm que ser aceites na sua individualidade, acolhidos, valorizados, protegidos e educados. Se dá trabalho? Claro que dá, na medida em que exige um esforço activo e diário por parte dos pais nas acções do dia a dia.

Não existem famílias perfeitas, existem sim famílias que se esforçam neste acto diário por construir um porto seguro e apaixonado para os seus filhos. Por isso, façam o favor de ter uma família feliz.

Lília Brito (Psicóloga Clínica)