quarta-feira, 30 de junho de 2010

Campanha MAC & Banco do Bebé - Juntos Fazemos Mais

Veja aqui a reportagem transmitida no Jornal da Uma da TVI (15/06/2010) sobre a Campanha MAC & Banco do Bebé - Juntos Fazemos Mais.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Famílias de Acolhimento de Crianças

Entrevista com a equipa de Acolhimento Familiar da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

«Famílias de Acolhimento de Crianças»


O que é o Acolhimento Familiar?

O acolhimento familiar é uma medida de promoção e protecção de crianças, integrada no sistema de protecção legal em vigor e, como tal, aplicada pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens ou pelos Tribunais. Tem como objectivo acolher temporariamente uma criança em situação de especial desprotecção ou vulnerabilidade, numa família seleccionada para o efeito, obedecendo a determinados requisitos dentro de um processo de selecção enquadrado por uma equipa técnica, que visa garantir, por um lado, a sua protecção e, por outro, o espaço necessário à estabilização da sua família natural enquanto esta não possa assumir as suas funções parentais.


As crianças passam a viver em casa das famílias de acolhimento?

Sim. As crianças que beneficiam da medida de acolhimento familiar passam a viver em casa da família de acolhimen­to, integrando este núcleo familiar, enquanto durar a impossibilidade de regresso à sua família natural. O objectivo, no entanto, é o de que a criança venha a reintegrar a sua família de origem, evitando a quebra de laços e ruptura familiar. Durante este período, a família de acolhimento é responsável por cuidar e educar a criança, apoiando-a e integrando-a igualmente nas diversas esferas da sua vida (escola, actividades de tempos livres, saúde, etc.).


Quem se pode candidatar?

Existem diversos requisitos que o candidato a família de acolhimento deve reunir, como por exemplo ter idade superior a 25 anos e inferior a 65, podendo ser pessoa singular ou casal, e, no caso da Santa Casa, por inerência à competência que possui para actuar na área geográfica da cidade de Lisboa, ser residente na cidade de Lisboa. Quem resida fora da cidade de Lisboa deve dirigir-se aos serviços da Segurança Social da sua área de residência.


As famílias de acolhimento passam por um processo de selecção?

Sim. Um dos factores que se reveste de especial importância nesta fase é a avaliação da motivação do candidato, uma vez que esta influencia fortemente o posicionamento do candidato face à função que deseja assumir e, deste modo, a qualidade da relação que estabelece com os outros intervenientes no processo (criança, família natural e Equipa Técnica), bem como a qualidade do contexto familiar que irá proporcionar à criança.

A família de acolhimento deverá ser capaz de colocar os seus recursos humanos, afectivos e materiais na protecção de uma criança que deles necessite, perspectivando-se como elemento activo na construção de uma sociedade mais solidária.

A selecção envolve diversos momentos, como a avaliação em contexto real através de visita domiciliária, entrevistas psicossociais, avaliação psicológica e, finalmente, formação. Entendemos que o processo de selecção é relativamente exigente, mas esse facto decorre, inevitavelmente, da responsabilidade e natureza das funções que a família de acolhimento deverá assumir.


Quais os apoios que as famílias de acolhimento beneficiam?

As famílias de acolhimento beneficiam de sessões de preparação e formação, atenção individualizada, intervenção técnica durante (e pós) o acolhimento da criança, apoio telefónico durante 24 horas por dia para situações de emergência, contactos com outras famílias de acolhimento para troca de experiências e direito a auferir uma retribuição mensal pelo serviço prestado e ainda a um subsídio para a manutenção por cada criança acolhida. Temos consciência de que ser família de acolhimento é exigente, pelo que o apoio durante 24h por dia é muito importante para que a família se sinta sempre acompanhada.


Qual a relação que se espera existir entre a família de acolhimento e a família natural da criança?

Como já referimos, um dos princípios inerentes ao Acolhimento Familiar é o da reintegração da criança no seio da sua família natural. Nesta medida, durante o acolhimento da criança devem ser promovidos contactos entre esta e a sua família, mantendo-se e desenvolvendo-se a qualidade da relação. Espera-se que a relação entre família de acolhimento e família natural vá evoluindo positivamente durante o período de acolhimento num processo em que a relação entre ambas se vai estreitando de forma a que tanto a família de acolhimento, como a família natural e, principalmente, a criança, sintam fazer todos parte de uma Equipa conjunta que trabalha para um objectivo comum – a protecção da criança. À medida que esta dinâmica relacional se vai construindo ao longo do acolhimento, também os contactos entre família de acolhimento e família natural vão sendo mais próximos e assentes num crescente sentimento de confiança mútua. Ressalvamos, contudo, que não é exigido à família de acolhimento um envolvimento no trabalho de capacitação da família natural, mas espera-se que contribua, e muito, para o fortalecimento da relação entre a criança e a sua família natural.


Que intervenção será realizada junto da família natural da criança?

Como já foi dito, um dos pressupostos da aplicação da medida de acolhimento familiar é a previsibilidade de retorno da criança ao seio da sua família natural. Assim, a intervenção a realizar junto desta reveste-se de grande importância e depende não só da equipa técnica, como também da rede social e familiar de apoio dinamizada a cooperar no processo. A família natural deve apresentar potencialidades para a mudança, catalisadas através de uma intervenção técnica para o desenvolvimento das suas capacidades, intervenção que se quer próxima e focalizada, através de um trabalho assente numa relação de confiança e de co-responsabilização entre técnicos e família.

Concretamente, esta intervenção visa o desenvolvimento das competências sociais, pessoais e parentais dos pais/cuidadores através da conjugação de esforços de todos os serviços, sustentados por um plano de intervenção. Concebe-se que o cumprimento deste plano de intervenção possa conduzir a família a um funcionamento mais saudável e, consequentemente, a uma melhoria da sua capacidade de garantir um enquadramento adequado ao desenvolvimento saudável da criança.


A criança acolhida e a família de acolhimento criam laços afectivos fortes. Não será a separação prejudicial?

Uma criança em acolhimento familiar passa a viver com uma família, a partilhar as suas rotinas, a contar com o seu apoio, afecto e disponibilidade para a ajudar e orientar no seu percurso de vida e no seu crescimento e desenvolvimento saudáveis - é desejável que se criem fortes laços afectivos já que é o afecto que permite crescer e ajudar a crescer e a criar ambientes e contextos protectores, seguros e saudáveis, necessários a estas crianças. Contudo, a Equipa Técnica tem a responsabilidade de intervir na adequação das expectativas de forma a que estas sejam o mais realistas possível. O objectivo que se pretende atingir é o de que as famílias acolhimento sejam famílias que colocam à disposição, das crianças que acolhem, o seu património humano e afectivo durante um determinado período de tempo. O contexto da família de acolhimento deve constituir-se como um espaço seguro e protector, meio privilegiado de crescimento e desenvolvimento destas crianças, que lhes garanta vivências positivas num clima de afectividade e fomente o desenvolvimento da confiança nas relações. A “separação” entre criança e família de acolhimento faz parte do processo de acolhimento familiar que, como já referimos, se quer temporário e transitório, sendo este processo devidamente preparado. O regresso da criança a casa apresenta-se como a última fase do programa de acolhimento familiar e, apesar de nesta fase se trabalharem os aspectos mais específicos do regresso (em período nunca inferior a um mês), a sua preparação deve iniciar-se desde o primeiro dia em que a criança é separada da sua família natural, já que quando o acolhimento se inicia todos os intervenientes têm a noção de que irá, um dia, cessar. Todas as intervenções com a criança, com a família natural e com a família de acolhimento devem procurar facilitar este retorno. Assim, a saída da criança da família de acolhimento deve ser devidamente preparada, promovendo-se a participação e o envolvimento da família de acolhimento, da família natural e da criança. Apesar de ser um momento difícil para todos os intervenientes no processo, decorrente dos estreitos laços afectivos que são estabelecidos, a “separação” pressupõe o retorno da criança à sua família natural, e, consequentemente, a concretização do objectivo do acolhimento familiar – acolher a criança temporariamente até que estejam reunidas as condições para o seu retorno à família natural. Por outro lado, a “separação” pode não implicar um corte definitivo, uma vez que a família de acolhimento pode continuar a manter contactos com a criança, mesmo depois de a criança ser reintegrada na sua família natural, pelo que, caso as partes desejem, o contacto entre família de acolhimento e criança não tem de cessar – é, aliás, promovido numa óptica de alargamento das redes de suporte social, tão importantes para o desenvolvimento saudável de crianças e famílias.


Para mais informações aceda a http://www.scml.pt/acolhimentofamiliardecriancas/




Entrevista Publicada com autorização da
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Unidade de Comunicação e Imagem,
Cristina Vaz de Almeida



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Certificação dos Serviços Farmacêuticos da Maternidade Dr. Alfredo da Costa

Os Serviços Farmacêuticos da Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC) obtiveram no passado mês de Abril a certificação pela norma NP EN ISO 9001:2008, atribuída pela empresa APCER – Associação Portuguesa de Certificação, cujo âmbito engloba a aquisição e armazenamento de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, farmacotecnia – formas farmacêuticas não estéreis e preparação de nutrições parentéricas, validação de prescrições e dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos aos clientes internos e em ambulatório, informação sobre medicamentos e outros produtos farmacêuticos.

Os Serviços Farmacêuticos agradecem a colaboração de todos os elementos da equipa multidisciplinar que contribuíram para concluir esta primeira etapa rumo à excelência. É mais uma prova de como o esforço, a dedicação e a vontade de todos podem marcar a diferença, sendo fundamental a continuidade da sua colaboração, em prol da melhoria contínua dos cuidados prestados pela Instituição.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dia Internacional das Crianças Vítimas e Inocentes da Agressão



“As crianças têm direito à protecção da sociedade e do
Estado com vista ao seu desenvolvimento integral,
Especialmente contra todas as formas de abandono,
discriminação, ou pressão e contar o exercício abusivo
de Autoridade na família e nas demais instituições”

(art.69º, nº 1 da Constituição da republica Portuguesa)



Sendo o dia 4 de Junho consagrado pelas Nações Unidas, como o dia “ Internacional das Crianças Vítimas e Inocentes da Agressão”, a Maternidade Dr. Alfredo da Costa, como a maior Maternidade do país, não é indiferente ao mesmo. Contudo os restantes dias que compõem o ano e em que, continuam a nascer crianças diariamente, as mesmas merecem igual atenção por parte dos profissionais de Saúde desta Entidade Hospitalar.

Tendo em conta que a criança é um Ser de Direitos: Sociais, Jurídicos, Económicos, Políticos e Culturais consignados quer na Convenção dos Direitos da Criança, quer na Constituição da República Portuguesa, e, mais especificamente, na Lei da Protecção e da Promoção das Crianças e Jovens, os profissionais de Saúde estão hoje mais do que nunca despertos e sensibilizados para a prevenção dos maus-tratos e abusos às crianças.
No caso particular da MAC, compete a todos identificar e detectar precocemente os factores sociais de risco, com vista: à prevenção de negligências, maus-tratos e abusos; promover e proteger a criança tendo em conta o seu superior interesse, encaminhar e sinalizar as situações para os serviços competentes; apoiar e acompanhar socialmente as famílias.

Durante o ano 2009 foram identificados, na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, 434 crianças com factores de risco associados, nomeadamente: exclusão social; adições; pobreza; desemprego; más condições habitacionais, ausência de suporte social… factores que concorrem e são desencadeantes de negligência e maus-tratos.

Em Portugal, 12 500 crianças encontram-se em Instituições, segundo o último relatório da Segurança Social, mas um número muito mais amplo, 26 400 crianças, foram sinalizadas à Segurança Social e às Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, em que: 85% foram negligências; 2,7% abuso sexual; 6,6% abandono e 5,7% ausência de familiar responsável.


Os profissionais de saúde, e segundo a legislação vigente: “por inerência das funções que desempenham têm responsabilidade particular na detecção precoce de factores de risco, sinais de alarme e na sinalização de crianças e jovens em risco. Pelo que há que criar, ou reformular, onde existam, modelos organizativos e fórmulas mais estruturadas de acção de cuidados de saúde, que assegurem mecanismos cada vez mais qualificados e efectivos, na protecção das crianças como um Ser de Direito”. (lei nº235, 5 de Dez./08)



Fátima Xarepe,
A Coordenadora do Serviço Social e Coordenadora do Núcleo de Crianças em Risco da MAC.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Banco do Bebé

O Banco do Bebé nasceu e existe hoje para apoiar as utentes da Maternidade Dr. Alfredo da Costa.
É uma de entre muitas instituições particulares do nosso país dedicada à solidariedade social, criada pela energia humana que nos habita e que nos faz crer que entre todos – Estado e Cidadãos – podemos forjar uma comunidade mais justa e mais humana.

O caminho tem sido longo, intenso e bom. O Banco do Bebé (cujo nome inicial era Associação de Ajuda ao Recém-Nascido) nasceu na e para a MAC em 1996, faz 14 anos. Começou em semente, como quase tudo na vida, e devagarinho veio ganhando caule e flor. A missão inicial para a qual se formou foi ampliando-se com o tempo, sensível às necessidades mais prementes das mulheres e famílias utentes desta casa e aberta também aos pedidos que nos foram chegando, num trabalho de parceria, pela Administração e profissionais da MAC.

Hoje, habitamos no 3º andar desta grande casa, ocupamos seis salas, empregamos 7 pessoas e gozamos do apoio de 70 voluntárias para levar a cabo a nossa causa.

Dedicamos o nosso tempo e vontade a desenvolver 3 vertentes de apoio às famílias da MAC:
A primeira vertente e a mais antiga é o Voluntariado, as senhoras conhecidas pelas batas amarelas que visitam todas as secções da Maternidade, nos turnos da manhã, da tarde e da noite, auxiliando as mulheres ou bebés internados através do seu apoio, da sua palavra, do seu sorriso, do seu ânimo. Este é efectivamente um “trabalho de alma” (alma deriva de anima em latim), de empatia e de presença humana calorosa, que pode fazer a diferença na experiência de quem o usufrui.

Através do Voluntariado, verificou-se a necessidade de ajudar logisticamente as famílias mais carenciadas dos bebés que nascem na MAC. A segunda vertente de apoio do Banco do Bebé tem exactamente a ver com o seu nome – ser um “banco” ao qual as mães (devidamente rastreadas pelo Serviço Social da Maternidade) recorrem para obter enxovais, alcofas, medicamentos, leites, fraldas, produtos de higiene, roupas e outros materiais úteis ao bom desenvolvimento dos seus bebés. Este trabalho, que exige muitas mãos e implica grande esforço físico, é suportado pela certeza de que estes bens cedidos são, em muitos casos, a única possibilidade de oferecer as condições mínimas de segurança, conforto e higiene aos bebés nascidos entre nós.

A terceira área desenvolvida pelo Banco do Bebé é o seu projecto mais recente. Em 2002, em parceria com o Serviço de Pediatria, montámos uma equipa que se dedicasse em exclusivo a garantir a continuação dos cuidados prestados aos bebés (e suas famílias), na fase pós-alta, em seu contexto natural de vida. A intervenção é prestada por uma equipa interdisciplinar, com profissionais da área da educação, da saúde e do serviço social (uma educadora social, uma fisioterapeuta, uma terapeuta da fala, uma psicóloga e dez voluntárias), sob orientação da Direcção de Pediatria e em contínua articulação com os serviços da MAC. Estabelecemos um plano de intervenção individual para cada bebé/família, em conformidade com o enquadramento conceptual da intervenção precoce: intervenção centrada na família, intervenção de base comunitária, intervenção em contexto natural.
Este projecto será apoiado nos próximos três anos pela Fundação EDP.


De semente a caule com flor, vamos prosseguindo o nosso percurso, tentando desabrochar até onde as necessidades e as capacidades se evidenciarem.
Contamos sempre convosco, sentimo-nos família da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, contem também sempre connosco.

Vamos ter as portas abertas a todos, nos dias 14 e 15 de Junho, de manhã, para que conheçam melhor o nosso espaço, ambiente e actividade. Subam ao 3º andar e venham conhecer aquilo que também é vosso.


Marina Arnoso